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A Construção Metafórica do Golpe de 1964: Uma Análise dos Editoriais do Jornal Folha de São Paulo
Cynthia Adrielle da Silva Santos, Alessandra de Sá Mello da Costa

Última alteração: 2019-11-06

Resumo


Inserido no âmbito dos estudos organizacionais históricos, o artigo teve como objetivo analisar a construção metafórica do Golpe de 1964 a partir da análise dos editoriais do Jornal Folha de São Paulo. Para tanto, construiu-se uma fundamentação teórica partindo da discussão sobre (a) o conceito de discurso e a teórico-metodologia análise crítica do discurso; (b) o uso discursivo de metáforas e analogias; e (c) a historiografia acerca do Golpe de 1964 e do papel da Imprensa. Quanto à metodologia da pesquisa, de natureza qualitativa e interpretativa, foram coletados 13 editoriais de janeiro a junho de 1964, incluindo o editorial do Caderno Especial “64 – o Brasil continua”. No que diz respeito à análise, após a realização de um mapeamento metafórico nas fontes selecionadas, foram identificadas as seguintes metáforas: tantos mares, cruzar os braços, semente, pai generoso, asfixiados, colocar a tranca na porta já arrombada, fogueiras acesas, nem tudo são rosas, mais senhor de si mesmo, duras penas, passos de tartaruga, máquina com quase todas as peças danificadas, remédio heroico e raposa velha, cada qual em seu contexto. O mapeamento realizado permitiu perceber dois grandes blocos metafóricos construídos pelo jornal: (1) de significativa contribuição para a desestabilização do governo do presidente João Goulart, marcado pelos editoriais de Janeiro, Fevereiro e Março e; (2) de alinhamento com o golpe militar e apoio ao novo governo, marcado pelo Caderno Especial e pelos editoriais dos meses de Abril, Maio e Junho.


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