FACC/UFRJ, IV Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis - AdCont 2013

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A influência do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes nas Instituições de Ensino Superior
Olimpio Caldas de Castro

Última alteração: 2014-05-26

Resumo


O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) foi implantado em 2004 e utiliza instrumentos diferenciados para avaliar a complexidade institucional. Um deles é o Exame Nacional de Desempenhos dos Estudantes (ENADE), cujo objetivo é aferir o desempenho dos estudantes e oferecer dados para a tomada de decisão dos gestores das Instituições de Ensino Superior (IES). Dentre estes gestores, destacou-se a figura do coordenador de curso, um dos principais agentes da educação, pois possui uma função complexa e decisiva na qualidade do curso de graduação. Considerando que a utilização do ENADE na avaliação do ensino superior no Brasil é relativamente nova e exige um investimento financeiro considerável da máquina pública, a influência dos seus dados nas IES deve ser monitorada a fim de verificar se a finalidade do exame está sendo alcançada. Para tanto, as análises deste trabalho estão voltadas à percepção dos coordenadores dos cursos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), visto que estes são capazes de apresentar informações referentes à influência do exame na instituição e nos cursos. Em relação às definições metodológicas, este estudo apresentou uma abordagem qualitativa, com caráter descritivo e, como instrumento de coletas de dados, aplicou-se questionários em catorze coordenadores de cursos da UFV. Como resultado, verificou-se que dentre os entrevistados, dez apontaram influências positivas do exame no cotidiano da instituição, dentre as quais a priorização de politicas para a melhoria do ensino. Identificou-se também o uso dos resultados para a atualização das matrizes curriculares e para o acompanhamento do desempenho do estudante. Por fim, as principais críticas identificadas no ENADE foram o uso dos resultados para a elaboração de rankings das IES e a obrigatoriedade dos alunos realizarem a prova. Tais críticas identificadas a partir da percepção dos coordenadores, são coerentes com as falhas apontadas por autores que, anteriormente, estudaram o exame.