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Conservadorismo Condicional e a Estrutura do Conselho de Administração
Última alteração: 2017-08-29
Resumo
O conservadorismo consiste no viés contábil em utilizar um maior grau de verificabilidade para o reconhecimento das receitas que das despesas, o que gera uma visão conservadora do resultado e ativos líquidos aos quais os acionistas têm direito. Um conselho de administração mais independente estaria propício a exigir um maior grau de conservadorismo para as demonstrações contábeis, com o objetivo de proteger os stakeholders da expropriação de sua riqueza por parte dos administradores. O objetivo deste trabalho se a estrutura do conselho de administração pode influenciar no nível de conservadorismo apresentado nas demonstrações. A amostra foi composta por empresas abertas listadas na BM&FBOVESPA. Foi utilizado o modelo de Ball e Shivakumar (2005) para avaliar a influência do CA no conservadorismo e as estimações se deram por estimadores de regressões quantílicas. Os resultados indicam que o nível de conservadorismo condicional nas demonstrações contábeis de empresas com conselhos formados majoritariamente por membros externos é menor que nas demais. Os resultados são inversos quando consideramos a proporção de membros independentes. O mesmo tempo, observou-se que a dualidade do CEO e o tamanho do conselho de administração são características que aumentam o nível de conservadorismo. Os resultados indicam que a independência do CA talvez sirva como mecanismo substituto ao conservadorismo na proteção dos acionistas e credores da empresa, uma vez que o nível de conservadorismo é menor para empresas com conselhos mais independentes. Já com relação aos conselheiros externos, o resultado pode indicar que estes dois mecanismos funcionam em convergência para fornecer uma maior proteção a acionistas e credores, dada a fraca governança corporativa exercida pelas empresas nacionais.
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